Os trabalhos de avaliação participativa do desempenho e da qualidade dos serviços públicos de saúde e educação prosseguem em Nipepe e Mandimba, dois distritos da província do Niassa abrangidos pelo projecto Pro-Cívico e Direitos Humanos implementado pelo CESC, com apoio da Embaixada da Finlândia em Moçambique.
Na Escola Primária de Mepapa, em Mandimba, os pais e encarregados de educação e os membros do Conselho de Escola estão preocupados com a falta de material de aprendizagem para alunos com necessidades educativas especiais. Naquela escola existem alunos com deficiência auditiva, mas não têm material e muito menos professores qualificados para lidar com este tipo de necessidades educativas especiais.
Mas não são só os pais e encarregados de educação que avaliam negativamente o desempenho da escola de Mepapa. Os professores também estão preocupados com a fraca assiduidade dos alunos. Depois de 1 de Junho, data em que se celebra o Dia Mundial da Criança, as famílias levam consigo os alunos e as alunas para os ritos de iniciação, situação que culmina com desistências escolares.
Já em Nipepe, a comunidade de Natil dá nota negativa ao desempenho da educação. A escola local não dispõe de fonte de abastecimento de água, o que obriga as crianças a recorrerem às casas vizinhas para matar a sede. Mas há outro problema: as crianças que terminam o ensino primário (1ª a 6ª classe) são obrigadas a percorrer 18 quilómetros para dar continuidade aos estudos no ensino secundário.
Na verdade, o problema das longas distâncias que separam as escolas primárias das secundárias também foi levantado em Mepapa, chegando mesmo a ser apontado como sendo uma das causas da desistência escolar.
A avaliação participativa dos serviços de educação e saúde é feita com recurso ao Cartão de Pontuação Comunitária (CPC), uma ferramenta que informa os membros da comunidade sobre os serviços disponíveis e seus direitos; solicita aos membros da comunidade as suas opiniões sobre o grau de acesso e qualidade dos serviços prestados, além de ser uma oportunidade de diálogo entre os provedores de serviços públicos e a comunidade.