Para além de mortes e destruição de infra-estruturas públicas e particulares, os conflitos armados provocam sempre crises sociais e emocionais nos sobreviventes. Em Cabo Delgado não seria excepção. Milhares de sobreviventes passaram por situações traumáticas cuja recuperação exige um contínuo acompanhamento psicossocial. É por esta razão que a HIKONE, uma associação de empoderamento da mulher, mobilizou 36 mulheres e 7 homens para participarem nas sessões de terapia comunitária e o alívio da dor e da trauma às vítimas do conflito armado que vivem no centro de reassentamento de Marokani, no distrito de Ancuabe, em Cabo Delgado.
O trabalho deste grupo que inclui “sentinelas da paz”, mulheres de espaços seguros, líderes comunitários e um comandante da PRM consiste em devolver a esperança às vítimas, ajudando-as a superar as várias traumas provocadas pelo conflito armado, como a perda de ente queridos, o abandono forçado das suas comunidades e a exposição a situações de violência extrema, incluindo a violência sexual.
Esta actividade é desenvolvida pela associação HIKONE, parceira do CESC em Cabo Delgado no âmbito do projecto “Elas por Elas”, uma iniciativa que promove a participação e a liderança das mulheres nos processos de paz, segurança e recuperação em Moçambique. Além do CESC, o “Elas por Elas” é implementado pela OPHENTA e IESE, em parceria com a ONU Mulheres (entidade das Nações Unidas para Igualdade de Género e Empoderamento das Mulheres) e o Governo de Moçambique, e com o apoio financeiro do Governo do Reino da Noruega.