As salas de aulas estão em estado avançado de degradação, não há cadeira nem mesa para professor, o quadro preto não está em condições, não há bandeira a flutuar no mastro, não há fonte de água na Escola Primária de Murico.
Algumas destas carências poderiam ter sido resolvidas com o fundo de Apoio Directo às Escolas (ADE), mas não há transparência na sua gestão. E, para piorar, os membros do conselho de escola não têm conhecimento da sua existência.
O fundo de ADE é transferido anualmente pelos Serviços Distritais da Educação, Juventude e Tecnologia (SDEJT) paras as escolas com objectivo de melhorar as condições de ensino e aprendizagem, através da aquisição de material didáctico e pagamento de serviços básicos.
O director EP de Murico disse que o valor de 25 mil meticais foi usado na compra de bandeira nacional, mas o mastro da escola não tem nenhuma bandeira. O uso de fundos do ADE segue um manual de procedimentos que estabelece que cada escola deve gastar 70% do valor em bens e serviços e 30% fica ao critério da escola.
O manual de procedimentos estabelece que a gestão do dinheiro deve envolver a direcção da escola e o conselho de escola, mas os membros do conselho de escola de Murico não têm conhecimento da existência do ADE.
Na verdade, todos os grupos focais que participaram da avaliação do desempenho e qualidade dos serviços de educação usando a ferramenta Cartão de Pontuação Comunitária (CPC) não gostaram do que viram na escola de Murico.
A avaliação de desempenho e qualidade de serviços públicos (saúde e educação) em Nipepe é uma iniciativa liderada pelo CESC no âmbito da implementação do projecto Pro-Cívico e Direitos Humanos, apoiado pela Embaixada da Finlândia em Moçambique.